Tudo teve início em 27 de novembro de 2014, quando a ex-diretora do campus professora Regina Célia Spadari, durante a II Semana da Consciência Negra, teria se pautado por estereótipos racistas ao exigir crachá de duas alunas negras no laboratório de informática e, posteriormente, expulsado-as da sala de informática. A ex-diretora solicitou a PF a abertura de investigações sobre o caso, segundo o site afropress.com, acusando os alunos por terem denunciado a direção da escola pelo ocorrido. A aluna Juliana Florentino, uma das duas abordadas pela ex-diretora, conta que ela e Tatiana Chaves ao se dirigirem a delegacia de polícia não conseguiram registrar o boletim de ocorrência por racismo. A delegada disse que eramos pardas, quase brancas ... ela colocou injuria administrativa, um absurdo, mas foi o que conseguimos, afirmou.
Juliana publicou no seu perfil em uma rede social o seguinte relato: "Alguns adolescentes que estavam participando das atividades da II Semana da Consciência Negra - moradores da comunidade no entorno - estavam utilizando os computadores no Laboratório de Informática ... Eu adentrei a sala e me encontrei com a Bianca Bittencourt ... sou distraída e sequer percebi que haviam "não alunos" na sala ... Eis que a diretora do campus entra e ordena que quem não fosse discente se retirasse ... os meninos extremamente educados se retiraram, sequer disseram algo ... eu e a Tatiane continuamos sentadas ... a diretora então, questionou a Tatiane Chaves se ela era discente, ela disse que sim, me questionou eu disse que sim. Ela pediu o crachá, apontando o dedo e rudemente, ela mostrou, ela não enxergando o nome, disse que queria ver o nome no crachá. Meu crachá ela enxergou e eu fiz o questionamento se somente nós duas teríamos que apresentar identificação, visto que ela havia dito que todos deveriam se identificar. Virou-se para Bianca e disse que ela a conhecia e não precisava, nenhuma outra pessoa presente na sala precisou se identificar, somente nós duas ... A discente Lana argumentou incessantemente ... A cena foi constrangedora ao extremo! Nenhum outro discente foi abordado. Somente nós duas: Negras. A diretora foi questionada a todo momento sobre seu posicionamento e o manteve sem sequer perceber suas atitudes conosco... já estudei em universidade particular, elitista de Santos, no curso de Direito por 3 anos e jamais fui tratada de tal forma, nunca fui tratada assim na Unifesp também ... Mas de repente me vi sendo humilhada por alguém que não se identificou para mim, tampouco me mostrou seu crachá ... A medida cabível ao momento foi realizada, um boletim de ocorrência. Mais adiante, com melhor orientação, eu e a Tati tomaremos as próximas providências."
Foram intimados, seis alunos do Curso de Serviço Social - Lana Caroline Barbosa Zizo, Damiso Ajamu da Silva Faustino, Maria Clara Pereira Soares (fotos a abaixo), Maurício de Oliveira Filho (foto ao lado), Juliana Florentino Carvalho da Silva e Tatiane de Souza Santos -, e uma aluna do Curso de Educação Física – Bianca Bittencourt Bovolenta. A maioria dos depoimentos foram prestados durante o mês de agosto deste ano, faltando apenas os de Juliana, Tatiane e Bianca, marcados para o dia 24 de setembro. Além do Inquérito na PF, há uma sindicância interna, que ainda não foi finalizada devido a greve dos funcionários da universidade em São Paulo, mas poderá resultar em punições. A atual diretora ainda não se manifestou sobre a atitude da ex-diretora, que continua dando aulas na Universidade.
A ex-diretora ainda acusa os alunos de depredação do patrimônio público porque, posteriormente ao episódio da expulsão das alunas, paredes e muros da Escola foram pichados com a frase “direção racista”. Os estudantes negam autoria das pichações e que tenham acusado Spadari de racista. Em seu depoimento embora acuse os alunos nominalmente, ela admite que não viu os autores da suposta depredação e que testemunhas, entre os quais citou o funcionário Claudio Amor Leonello, do setor de serviços, “é que a informaram que os alunos haviam cometido o ato da pichação”.
Segundo advogados ouvidos por Afropress, se a ex-diretora se sentiu ofendida com a frase genérica deveria ter representado na Polícia Civil por injúria e difamação, no prazo de seis meses, apresentando provas, além de outras medidas para proteger o direito de imagem, nunca levar o caso à Polícia Federal que, a rigor, só poderia apurar eventual “depredação do patrimônio público federal”, nunca a acusação de racismo.
Ouvida por As cores da baixada Juliana disse que Spadari quer os criminalizar por algo que não fizeram. A pichação foi uma consequência dos atos dela, a porta foi pintada e está tudo certo, mas as almas de quem ela expulsou da sala, essa não foi pintada de branco. Agora por causa dos atos da ex-diretora, os alunos tem que pagar advogado, precisam levantar 5 mil reais. Os alunos já foram ouvidos por jornalistas da Veja e do Estadão, ela nega tudo, mas existem os vídeos gravados pelos outros alunos presentes.
A feijoada completa sairá por R$ 20, e dará direito a uma caipirinha. Os organizadores informaram que também haverá uma opção vegetariana , além de uma feira de livros, música, poesia, projeção de curtas e outras manifestações culturais. Os convites deverão se adquiridos com antecedência. Os interessados podem fazer contato por whatsapp no numero (13) 99718-4150.
Para mais informações acesse o evento criado pelos organizadores no facebook.
O CES fica na Av. Ana Costa, 308, Santos.
Tentamos contato com a ex-diretora Regina Célia Spadari, mas até o momento da publicação desta matéria não tivemos resposta.
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